O projeto partiu da aspiração de seu proprietário que queria alocar uma piscina no subsolo de seu apartamento. Decisão acatada e valorizada pela arquiteta paulistana Fernanda Marques, que decidiu posicioná-la, nada mais, nada menos, em plena sala de estar. Não apenas para que ele pudesse usufruir dela em seus momentos de lazer, mas, igualmente, para criar um elemento de tensão, espacialmente forte e presente.

“Projetei para um casal sem filho. O proprietário, trabalha no mercado financeiro e é um grande fã de arte. Ele possui obras de artistas que admiro muito como Ernesto Neto, Edgard de Souza, Manoel Rio Branco, Zerbini, Tunga. São obras que dialogam com a questão do espaço de forma direta, de maneira que a questão de como e onde alocá-las se tornou preponderante no projeto”, comenta Fernanda.

Medindo 477 m², o apartamento conta com dois pavimentos. No inferior ficam o living, a sala de jantar e a cozinha. No andar superior temos a suíte master e a de hóspedes, uma sala de ginástica, um escritório e o acesso para a piscina. Os dois andares se comunicam por meio do mezanino entre a suíte master e o living, e também pela piscina envidraçada.

Tendo como objetivo primordial abrigar todas as obras de arte do cliente de maneira harmônica e fluida, e também tendo em vista crescimento futuro da coleção, o minimalismo, estilo exercitado por Fernanda Marques na maioria das suas obras, se impôs de imediato. “Não queria que o mobiliário se sobrepusesse às obras de arte, mas sim que ele lhe servisse de apoio e contraponto. Daí a preponderância de designers brasileiros e tons claros”, diz.

Composição entre iluminação e obras de arte

Também a iluminação foi igualmente pensada de modo a valorizar o acervo. No andar inferior, inclusive, foi criada uma galeria, dotada de um trilho único serve de apoio a diversos pontos de luz, ao mesmo tempo em que abre espaço para outros que podem vir a ser adicionados, de maneira a acompanhar a evolução da coleção. Ao fundo dela, a imensa massa de água da piscina, como que cristalizada, reina soberana.

“Construir a estrutura da piscina foi o dado mais desafiador do projeto. Nas condições que ela se apresenta, requer um vidro muito grosso, importado, e mão de obra especializada para instalação, mas, bem feitas as contas acho que valeu muito a pena. Tanto eu quanto os proprietários não podem imaginar mais a casa sem ela. Em certa medida, acho que acabei dotando a casa de mais uma obre de arte.”, sintetiza Fernanda.