Transversalidade. Nenhum outro conceito resume tão bem o atual momento criativo de Fernanda Marques. Transitando pelos domínios da arquitetura, do design e da arte- hoje ela integra o comitê consultivo da Tate Gallery para a América do Sul- para a arquiteta não interessa apenas criar edifícios, interiores ou produtos. Mas explorar limites. E, mais ainda, propor confluências.

Exemplo consolidado dessa capacidade de articulação, a linha Synapsis que ela acaba de desenvolver para Solarium se permite navegar, sem escalas, pelo construtivismo de Ligia Clark. Flertar com a modernidade de um Athos Bulcão. E, ainda assim, ser fiel à funcionalidade explícita, tão bem enunciada por um de seus designers chave, o francês Pierre Paulin.

Conceito arraigado no vocabulário da arquiteta e designer, a possibilidade de customização foi um aspecto enfatizado por Fernanda no desenvolvimento da linha, que apresenta três componentes básicos de concreto, que podem ser combinados livremente no revestimento de superfícies.

“Me agrada pensar objetos nos quais a funcionalidade possa ser abordada a partir de uma perspectiva mais expandida. No caso deste projeto são apenas três os elementos em jogo, mas as possibilidades de combinação são praticamente ilimitadas, o que o torna extremamente versátil. E, sendo assim, muito contemporâneo”, pontua ela.