Por mais adequado que seja um projeto de arquitetura, o programa a ser suprido por uma construção varia ao longo do tempo, exigindo, não raras vezes, alterações de ordem funcional e construtiva. Como acontece, aliás, com esta residência de 740 m2 e linhas elegantes, construída nos anos de 1950, em um dos bairros mais nobres de São Paulo, recentemente submetida por um processo de retrofit, conduzido pela equipe da arquiteta Fernanda Marques.

Mudanças estruturais para otimizar o espaço

“Pensei este projeto para atender a um casal e seus três filhos em fase de crescimento. Todos, invariavelmente, interessados em receber. E muito”, brinca Fernanda, que, desde o início, percebeu a necessidade de otimizar os espaços de convivência da casa. Nem que para isso tivesse de recorrer a alterações de ordem estrutural.

“Tanto que eles reagiram bem à ideia de transferir a área da piscina para uma das laterais da casa com o objetivo de criar uma nova área gourmet. Hoje, o espaço mais frequentado da casa”, conta a arquiteta que não mediu esforços na empreitada. “De fato foi a etapa mais demorada e desafiadora de todo o projeto, mas valeu a pena”.

Não que outras mudanças não se revelaram também inevitáveis. Por todo o pavimento térreo as aberturas foram ampliadas com o objetivo de aumentar os vãos para melhor integração entre as áreas internas e externas. Visando obter um layout mais flexível, todos os acabamentos internos foram trocados, bem como todas as divisórias.

Hoje, o piso térreo concentra, exclusivamente, a área social da casa. No primeiro andar ficam as suítes e o home-theater, enquanto no superior a área dedicada à academia, ao SPA, e à sauna úmida envidraçada. Tudo muito sintético e prático, baseado na otimização das condições de circulação e iluminação internas. “Tudo o que eles queriam era morar de uma forma elegante e prática”, resume a arquiteta.

Neste sentido, grande atenção foi dedicada ao capítulo iluminação. “Por fora, procurei valorizar o paisagismo e menos o objeto luminoso. Já nos interiores, a equação foi outra”, explica ela, que por todos os ambientes procurou explorar ao máximo potencial ornamental de lustres, abajures e luminárias. Sem esquecer, claro dos tons claros e materiais naturais, duas de suas marcas registradas. “Além de neutros, eles são os mais duradouros”, sintetiza.