Severo, compacto, brutalista, este projeto reflete bem o perfil da arquitetura produzida por um dos mestres da escola paulistana de arquitetura, Vila Nova Artigas. Atual sede corporativa de uma grife internacional de moda, o edifício, com cerca de 480m2 de área, resume, como poucos, o espírito a um só tempo tradicional e contemporâneo da empresa que atualmente o ocupa.

“Não poderia ficar desatenta a estas realidades”, afirma a arquiteta Fernanda Marques, responsável pelo atual projeto de reestruturação do imóvel. “Poucas vezes me deparei com clientes tão exigentes, com tanto bom gosto e apuro arquitetônico”, declara Marques, diante do desafio de desenvolver interiores adequados ao funcionamento de uma moderna corporação. Mas também à altura da arquitetura do genial mestre.

Por se tratar de um edifício tombado, existiam ainda muitas restrições a modificações no projeto. “Tivemos que quebrar a cabeça para adaptar o novo programa às alterações internas. Era importante não perder o “link” com a arquitetura, por essa razão, mantivemos o concreto aparente nos tetos e optamos pelo piso em resina branca para unificar todos os ambientes”, explica a arquiteta.
Adotar divisórias de vidro como forma de definir os diversos setores internos foi a forma encontrada de permitir que a iluminação natural penetrasse nos ambientes de forma homogênea e equilibrada. Além disso, para ampliar o controle da luz, persianas foram acopladas às placas de vidro.
Igualmente austeros, móveis de linhas retas e desenho simplificado evocam o espírito modernista da construção. Como contraponto, a contemporaneidade dos lustres cobre, do inglês Tom Dixon, que adornam o hall de entrada e o frescor tropical de uma parede verde, implantada logo na recepção. Injetando cor e vibração aos dias de trabalho.