O EastSide de Nova York. O moderno apartamento de 220 m2, no primeiro edifício a ser convertido em residencial na cidade (o emblemático Barbizon) foi apenas o ponto de partida para o primeiro projeto de Fernanda Marques na Big Apple, após suas primeiras investidas comerciais internacionais. Da planta original, nada ficou como estava, e a arquiteta brasileira manteve o forro relativamente baixo e com suas vigas aparentes, em vez de projetar um forro tradicional de gesso para uniformizar tudo, o que é considerado estranho pelos arquitetos locais. “Eu assumi as vigas!”, diz a arquiteta. Imaculadamente off-white, o espaço foi projetado com base na ideia do novo versus velho, como o piso de madeira antiga por todo o apartamento, acabado com uma resina fosca.

Um projeto eclético que privilegia a arte

O cliente – que já havia contratado outros projetos de Fernanda no Brasil – exibe sua paixão pela arte, música e vinhos no apartamento. “Ele é ousado, atlético e jovem de espírito”, diz Fernanda, que trouxe as 3 guitarras que ocupavam toda a parede num dos quartos para a sala, “para lhes dar um papel de destaque no ambiente, já que ele toca o instrumento”- uma fofoca: uma delas era de Van Halen. As garrafas de vinho ficam armazenadas num grande armário adega, abrigadas num longo corredor em frente ao generoso balcão da cozinha. Nas paredes, nomes importantes da arte brasileira que ganharam renome internacional: Vik Muniz, osGemeos, que foram trazidos para grafitar a parede, um retrato de emigrantes expatriados. Em resumo, uma combinação eclética e pessoal de arte e vida prática, que formam o estilo de vida do cliente.

Desde a galeria (o hall de entrada tem o formato de uma galeria) a arte reina sobre o apartamento. Os outros ambientes – o estar, suíte máster, quarto de hóspedes, escritório e também a cozinha – conversam entre si, integrados por aberturas e o uso de muitas fotografias. O mobiliário veio principalmente da Itália, com algumas peças adquiridas em casas de leilões como a Christies’. Um dos destaques é a poltrona de aço inoxidável polido do designer israelense Ron Arad, com sua forma escultural cheia de ousadia. Luminárias vintage dão calor ao espaço, com sua enorme mesa de jantar de madeira para doze pessoas.

As portas de vidro jateado italianas correm delicadamente, assim como as cortinas de linho branco que as novas áreas pediam. Elas estavam no briefing cuidadosamente pensado, de um cliente que sabia exatamente o resultado que queria para o projeto, que levou um ano para ser concluído. Isto fez com que Fernanda conduzisse o projeto com o toque solicitado: um ar absolutamente contemporâneo, pontuado por peças únicas, algo não visto com frequência ou amplamente explorado em nossos projetos de arquitetura de interiores.